O Sítio de Conímbriga, que teria sido habitado desde o Neolítico, tem presença humana segura no Calcolítico e na Idade do Bronze, épocas originárias dos testemunhos mais antigos que até nós chegaram. É certo que os Celtas aqui estiveram: os topónimos terminados em “briga” são testemunho claro dessa presença. Conímbriga era portanto um castro quando os Romanos em 138 a.C. aqui chegaram e se apoderaram do oppidum.

O conjunto das Ruínas de Conímbriga, do Museu Monográfico — construído na sua imediata proximidade — e do castellum de Alcabideque consubstanciam um complexo arqueológico de peso, que permite reconstituir uma célula importante do grandioso império romano. A imponência e pragmatismo da arquitectura romana estão aqui bem representados, assim como a superioridade da sua acção civilizadora, que sobreleva dos mais diversos pormenores do quotidiano.

Porquanto, conforme elucida o texto em epígrafe, tivesse sido habitada desde tempos muito recuados, a fundação de Conímbriga e da maioria das construções nela erigidas remonta ao tempo do Imperador Augusto (sécs I a.C. — I d.C.).

As escavações arqueológicas puseram a descoberto uma parte muito significativa do traçado desta cidade possibilitando, ao visitante das Ruínas, a comprovação de uma planificação urbanística laboriosa e atenta a todas as necessidades: o fórum, o aqueduto, os bairros de comércio, indústria e habitação, uma estalagem, várias termas, o anfiteatro, as muralhas para circunscrição e defesa da cidade.

Deste conjunto, sobressai um bairro de ricas casas senhoriais — que se opõe diametralmente às insulae da plebe, pela complexidade da sua construção e requinte decorativo — donde se destaca “A Casa dos Repuxos”, de grande peristilo ajardinado e pavimentada com mosaicos policromos, preservados in situ, exibindo motivos mitológicos, geométricos, ou representando, muito simplesmente, o real quotidiano.
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