Todos os tipos de azeite são alimentos fundamentais na dieta mediterrânea. São uma fonte de ácidos gordos do tipo ómega 3, que são classificados como os mais saudáveis. Por este motivo, é recomendável consumir azeite regularmente tirar o maior partido possível dos seus benefícios.
A ingestão de gorduras é fundamental. Até há pouco tempo, os benefícios da ingestão de lípidos não eram consensuais. Hoje em dia, no entanto, recomenda-se o consumo moderado de gorduras insaturadas, entre as quais se destaca o ómega 3, muito presente no azeite.
Tipos de azeite
Existem diversas variedades de azeite, cada uma com as suas próprias características. Cada uma resulta de um processo de fabricação diferente e de ligeiras variações nos seus ingredientes (ou seja, no tipo de azeitonas utilizado).
1. Azeite extra virgem
É o tipo de azeite da mais alta qualidade. Tem pouco refinamento e é obtido na primeira prensagem da azeitona. Apresenta uma acidez não superior a 0,8 graus. O seu perfil lipídico é excelente e o consumo tem sido associado à redução do risco cardiovascular.
De qualquer forma, é sempre recomendável consumi-lo cru. O facto de submeter este tipo de azeite a altas temperaturas pode aumentar a formação de ácidos gordos trans. Estão relacionados com o aumento do risco de doenças cardiovasculares, razão pela qual são considerados prejudiciais à saúde humana.
2. Azeite virgem
Neste caso, os níveis de acidez são superiores aos do azeite virgem extra. O produto pode ser obtido a partir de uma segunda prensagem da azeitona ou da combinação do azeite virgem extra com outro de qualidade inferior.
Apesar disso não é alimento de má qualidade. Apenas não atende aos padrões exigidos para a categorização como virgem extra. No entanto, ainda tem qualidade suficiente para ser recomendado para consumo regular.
Por exemplo, no contexto do desporto, a ingestão de ácidos gordos ómega 3 tem sido associada a uma melhor função muscular. Há até evidências de que esta classe de nutrientes pode ajudar a prevenir ou retardar o catabolismo da massa magra.
3. Azeite lampante
Este nome é dado a um tipo de azeite que apresenta um defeito. O mais comum é que seja obtido a partir de azeitonas degradadas, embora também possam surgir problemas na produção do próprio produto.
É comum que não tenha origem na primeira prensagem da azeitona. Do ponto de vista técnico caracteriza-se por possuir 2 graus de acidez. Não é comercializado em lojas, embora seja utilizado pela indústria. Em teoria, não pode ser ingerido para consumo. Porém, passa por um processo de refinamento que lhe permite ser utilizado na produção de alimentos como bolachas ou refeições pré-cozinhadas.
4. Azeite refinado
É um dos azeites de consumo mais comuns. É obtido a partir da refinação de óleos defeituosos, pelo que é um subproduto do lampante.
Possui acidez menor que o primeiro e apresenta características organolépticas leves. É uma gordura pode ser utilizada em alimentos fritos, devido às ligações químicas que a compõem, bastante estáveis contra a oxidação.
Em todo caso, quando submetido a temperaturas muito altas, os ácidos gordos que o compõem mudam a sua configuração espacial para o tipo trans. Isto significa que o seu consumo exagerado pode provocar problemas de saúde a médio prazo, pelo que se recomenda que se consuma cru.
5. Óleo de bagaço de azeitona
O resto da azeitona que sobra após a prensagem e extração do azeite virgem pode ser aproveitado para gerar uma gordura de qualidade inferior. A polpa, os ossos, a água e uma quantidade residual de azeite são utilizados para obter o óleo de bagaço.
Apesar de a qualidade nutricional não ser alterada, este produto possui propriedades organolépticas desagradáveis que o tornam impróprio para consumo. Novamente, tem usos industriais. É misturado com outros óleos de qualidade superior para permitir o seu consumo.
Benefícios do consumo de azeite
Os diferentes tipos de azeite devem ser consumidos crus. A sua ingestão habitual reduz os níveis de inflamação sistémica, assim como o risco de doenças cardiovasculares. Também é benéfico para a fisiologia hormonal e para a saúde da massa muscular.
No entanto, é um alimento com alto teor calórico. Por este motivo, é necessário moderar a sua ingestão, caso contrário o balanço energético pode ficar desequilibrado, gerando aumento de peso.
Azeite: um produto básico
O azeite é uma das estrelas da dieta mediterrânea. O azeite virgem extra possui um valor nutricional benéfico e é capaz de exercer efeitos positivos no organismo. Por isso, deve ser incluído na dieta alimentar de forma regular, embora sempre cru, na medida do possível.
Ressalta-se que existem diferentes variedades de azeite, por isso o melhor é sempre recorrer ao extra virgem. Este possui as melhores características organolépticas e a mais elevada qualidade, tornando-o o mais adequado para consumo. O tipo de azeite está sempre indicado nos rótulos.
Por fim, salienta-se que o azeite de oliva é um produto muito superior aos óleos de sementes. Estes últimos possuem altos níveis de refinamento e um perfil lipídico menos desejável.
“Não me sinto um destruidor; o que quero é que tudo nasça com a força que as cousas verdadeiras e naturais merecem, e que o ranço velho não estrague o azeite novo.”
— Miguel Torga